sábado, 3 de abril de 2010

O pré-sal e Revolução Educacional.

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               É evidente que a maior mazela de nosso país é a falta de educação. É dela que surge a manutenção do complexo de inferioridade e desinteresse político do nosso povo , que perpetua essa ciclo vicioso de pilantras que gerenciam a política Nacional desde sempre. A Educação é irmã gêmea do Movimento Ambientalista , visto que sem um conhecimento mais amplo do Universo e do papel do Homem nele é praticamente impossível  a compreensão da necessidade de respeito aos recursos Naturais em nosso Planeta.

             A Conferência Nacional de Educação (Conae)2010, ocorrida em Brasília de 28 de março à 1 de abril em sua plenária final sugeriu a destinação de 50% dos recursos da extração de petróleo da camada pré-sal para a Educação.

             “Não dá para acontecer com o pré-sal o que aconteceu com a borracha, com o ouro e o pau-brasil, bens que geraram muita riqueza, mas riquezas muito mal distribuídas. E para nós distribuir bem riqueza é investir em educação", afirmou o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Ian Ivanovicht.

             Seria extraordinário que nessa etapa da discussão da destinação destes recursos financeiros, onde se vê de tudo, até governadores fazendo chantagem, que tívessemos lideranças políticas comprometidas com uma Revolução Educacional e levassem adiante essa maravilhosa idéia.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

AMBIENTE-BACIA DO PRATA:
Peixes e humanos sob ameaça
Marcela Valente

Buenos Aires, 22/12/2009, (IPS) - Mais de 30 especialistas de Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai realizaram uma pesquisa que alerta para a ameaça que paira sobre espécies de peixes e 50 comunidades na Bacia do Prata, o segundo maior sistema hídrico de alta biodiversidade da América do Sul, depois do Amazonas.


Crédito: Naciones Unidas

“Nossa ideia é que os governos dos países da Bacia tenham uma ferramenta para os gestores de recursos naturais, para que eles conheçam as ameaças sobre estas espécies e adotem medidas de conservação”, explicou à IPS a professora em ciências biológicas Julieta Peteán, uma das autoras do estudo.

O trabalho apresenta aspectos biológicos da Bacia do Prata, que abriga cerca de 200 especies de peixes, mas também analisa os aspectos sócio-econômicos sobre as comunidades e a legislação. Nesta região vivem 130 milhões de pessoas e cerca de 30 mil pescdores artesanais em 50 núcleos urbanos entre pequenos povoados e cidades. A pesquisa, apresentada este mês e intitulado “Uso sustentável de peixes na Bacia do Prata. Avaliação Sub-regional do Estado de Ameaça, Argentina e Paraguai”, foi realizada pela Fundação Proteger, da Argentina, presidida por Peteán, e pela organização Guyra Paraguay.

Coordenados pelo Escritório Regional para a América do Sul da União Internacional para a Conservação da Natureza, os especialistas, nesta primeira etapa, se concentraram na Argentina e no Paraguai, mas o desafio – disseram – é expandir o estudo aos demais países da Bacia, que são Brasil, Bolívia e Uruguai. A Bacia do Prata tem 3,2 milhões de quilômetros quadrados e inclui os rios Paraguai, Pilcomayo, Bermejo e em especial o Paraná e o Uruguai, que despejam suas águas no Rio da Prata. Sua biodiversidade em peixes está ameaçada por superexploração pesqueira, represas, estradas e hidrovias mal planejadas, agricultura intensiva, desmatamento e incêndios.

Dos 191 tipos de peixes que foram avaliados, há 11 em estado de ameaça. Algumas são espécies migratórias afetadas por represas que causam descontinuidade no fluxo do rio e com isso segregam artificialmente as populações que precisam emigrar para se reproduzir, como o salmão. De outras 50 há dados insuficientes. “Isto ocorre com espécies raras e pouco conhecidas no âmbito científico”, explicou à IPS Cristina Morales, coordenadora do Programa Espécies de Guyra Paraguay. “As espécies raras são, em geral, muito mais susceptíveis à extinção do que as mais comuns”, alertou.

“Devido ao seu pequeno tamanho populacional, as catástrofes naturais e entrópicas têm um efeito mais mortífero sobre estas espécies, e soma-se à falta de informação sobre suas necessidades de habitat ou história natural, não se permite delinear ações de conservação para estas espécies”, disse a especialista. Sobre o total de espécies analisadas há seis com interesse comercial e esportivo muito alto. São o sábalo, primeira espécie de rio em exportações argentinas; o dourado; o surubim pintado, o surubim tigrado, o pacu e o manguruyú, este último classificado pelos especialistas como espécie “vulnerável”.

O trabalho diz que “os processos relacionados com a fragmentação do habitat, construção e operação de represas, alteração do regime dos rios, desmatamento, introdução de espécies de fora, contaminação da água e pressão pesqueira produzem um efeito negativo sobre as populações de peixes”. E recomenda mais pesquisa, leis conservacionistas, planos de manejo e controle de capturas. Morales considera que também “é chave articular ações e estratégias entre os governos que fazem parte da área de distribuição das espécies ameaçadas”. A avaliação, para a especialista, é apenas “um primeiro passo” nesse caminho.

Os pesquisadores também se propuseram “contribuir para melhorar a qualidade de vida das comunidades que dependem desses recursos”, envolvendo os pescadores no monitoramento de espécies e desenvolvendo capacidades entre estes atores que são os que mais incidem na sustentabilidade da Bacia. O estudo destaca o vínculo de interdependência que há entre os recursos e as comunidades ribeirinhas mais pobres. “O setor social de menor renda tem uma alta dependência dos recursos naturais, daí sua degradação o perda de acesso aos mesmos provocar sérios impactos”, diz a pesquisa.

Também destacam que a Bacia “deve ser valorizada e manejada responsavelmente pela sociedade e pelos governos”, porque isso “se traduziria em uma fonte importantíssima de recursos econômicos obtidos de maneira sustentável”. E acrescentam que “a pesca tradicional com propósitos vários, como alimentação familiar e subsistência, turismo e recreação, festas esportivas e comércio para o mercado interno, representa um fator essencial quanto à segurança alimentar, uma fonte de divisas e um motor muito importante para as economias regionais”. (IPS/Envolverde)