sexta-feira, 31 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Infraero lança edital para Viracopos

Cidades Infraero lança edital para Viracopos

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) lança até o próximo dia 1º um edital internacional para a contratação de empresa especializada na elaboração do projeto conceitual do primeiro módulo do novo terminal de passageiros e serviços do Aeroporto Internacional de Viracopos. A obra está orçada em R$ 2,5 bilhões. Ontem, o presidente da estatal, tenente-brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, afirmou que as obras no aeroporto campineiro serão executadas por módulos e estimou que o novo sítio aeroportuário, após totalmente ocupado, terá capacidade de 70 a 80 milhões de passageiros por ano.A entrega da primeira fase de obras do novo terminal de passageiros está prevista para maio de 2015. A empresa espera por proposta que traga um conceito moderno ao espaço. O edital também vai contemplar projetos para outras edificações na área do terminal. De acordo com cronograma da empresa, a segunda pista de pousos e decolagens deve ser entregue em abril de 2013 e custará R$ 314 milhões. O presidente da Infraero comentou que a estatal estabeleceu uma mudança na execução das obras nos terminais que vão dar suporte ao trânsito de passageiros na Copa de 2014, com um regime de dois turnos de trabalho.Viracopos ficará como complementar ao sistema do Terminal São Paulo, que verá os aeroportos de Guarulhos e Congonhas passarem por adequações para atender a demanda relacionada ao evento e também o crescimento natural do mercado brasileiro. “A Infraero trabalha com projeções de público e cargas para 2014, 2015 e 2020. No momento em que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) definiu as cidades que seriam as sedes da Copa de 2014, nós já tínhamos investimentos previstos para dez das 12 localidades. A empresa trabalha para que em 2013 todas as obras já estejam executadas e ainda haverá um ano para ajustes que sejam necessários. Os novos terminais de passageiros vão incorporar conceitos modernos que darão mais conforto. Em Guarulhos, os espaços serão mais amplos, o pé direito mais alto e serão utilizadas cores claras”, descreveu.EsforçoPara Nicácio Silva, haverá um esforço concentrado dos órgãos envolvidos na infraestrutura nacional, dos órgãos de análises das licenças ambientais, governos e sociedade para que todo o planejamento para a Copa do Mundo seja executado dentro do prazo estabelecido. Dessa forma, o tenente-brigadeiro não vê riscos de atrasos em obras relevantes para atender à demanda gerada pelo evento. Ele destacou que serão ampliados os espaços de check-in em Congonhas, haverá uma revisão de canais de inspeção dos terminais de passageiros 1 e 2 de Guarulhos e a construção do terminal 3 no aeroporto em Cumbica.O presidente da Infraero afirmou que, além de dotar os aeroportos brasileiros de estrutura para atendimento aos passageiros, a estatal aposta no negócio ligado a carga. “Nós administramos 34 terminais de cargas no País. A empresa está em um trabalho avançado de análise do circuito de cargas e fará investimentos substanciais no setor. O objetivo é adotar ações que melhorem a cadeia logística e tornem a empresa mais competitiva”, destacou. Ele disse que uma das medidas já em curso é adotar nos grandes terminais do País um modelo iniciado em Campinas, que é o prêmio de eficiência. O instrumento é um estímulo para que todos os agentes da cadeia logística agilizem processos e desembaracem as cargas com maior rapidez.Tenente-brigadeiro deixa o cargo no próximo mêsO tenente-brigadeiro Cleonilson Nicácio da Silva, que se despede do comando da Infraero no próximo dia 7, depois de seis meses na presidência e um ano e meio como diretor de operações, fez um balanço ontem de sua gestão. O nome do substituto ainda não foi anunciado, mas a aposta nos bastidores é que seja alguém ligado diretamente ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. O atual presidente da Infraero foi o responsável pela reestruturação da estatal este ano. Ele remanejou pessoal, reduziu de oito para quatro as superintendências regionais alterou o estatuto da empresa para que não se ultrapasse um total de 12 os cargos em comissão de livre provimento, medida que, segundo a Infraero, resultou em um corte de 113 cargos e significou uma economia de R$ 20 milhões por ano. Silva afirmou que a empresa não tem restrições quanto a concessões de aeroportos, contudo, salientou que, pessoalmente, é favorável a um modelo de abertura de capital da empresa, sendo o governo o maior acionista. “A Infraero é a terceira maior empresa do mundo em processamento de passageiros. Nos grandes mercados mundiais, o controle da administração dos aeroportos é realizado por estatais. São essas empresas estatais estrangeiras que estão interessadas em administrar a rede brasileira. Não vejo porque transferir para estatais de outros países o comando do nosso sistema aeroportuário. Não digo que sou contra e nem a favor de concessão, mas pondero esses fatos. A abertura de capital é uma medida prevista pelo governo federal e eu acredito que seria a melhor solução, sendo o governo o acionista majoritário”, disse ele, ao lembrar que a concessão de aeroportos é uma decisão do governo. (AL/AAN)SAIBA MAISA crise mundial impactou as finanças da Infraero. A empresa registrou um lucro líquido no período de janeiro a maio deste ano de R$ 163,8 milhões, antes dos investimentos. Se forem computados os valores empregados em obras e melhorias nos aeroportos da estatal, o montante foi de R$ 56,1 milhões — um recuo de 10% frente ao ano passado. Mesmo com a queda de 9,4% na arrecadação, em decorrência do declínio das importações, e de 2,5% com um recuo nos embarques de passageiros, as receitas totais ficaram 3,4% acima de janeiro a maio de 2008 e alcançaram R$ 1,13 bilhão.


Fonte: Correio Popular 28/07/2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

sábado, 4 de julho de 2009

"O indutor da depredação"



Os indutores da depredação




Na História da Humanidade sempre apareceu mesmo que escondido na sua mediocridade de apenas executor – com o rosto encapuzado – a figura do carrasco.
Na Idade Média era dele a tarefa de acender as chamas das fogueiras dos condenados. Séculos adentro, enforcava ou cortava cabeças, sempre obedecendo a ordens de um rei ou governante ávido de poder. Sem nada questionar apenas cumprindo seu papel. O de Carrasco. Um carrasco nunca era conhecido de ninguém, um fantasma infiltrado na sociedade a serviço do poder.
Porém, trazia pânico e medo no imaginário das pessoas. Há vestígios de carrascos até mesmo nos “anos de luz” – Iluminismo – o movimento que atacou sistematicamente tudo aquilo que fosse considerado contrário à busca da felicidade, da justiça e da igualdade. Os “déspotas esclarecidos”, intrigantemente surgem nestes anos de luz e com eles os carrascos de sempre. O Iluminismo(com todo respeito aos seus grandes precursores – Francis Bacon, René Descartes, Issac Newton – e aos filósofos iluministas – Voltaire, Montesquieu, Jean Le Rond D’Alembert, Jacques Rousseau) falha por ter menosprezado o valor das Tradições para os povos da Terra. Talvez por isto, nem estes “anos de luz” com suas idéias libertárias que tanto influenciaram na evolução das sociedades humanas, foram capazes de eliminar a função do Carrasco dentro delas. Nos dias de hoje o paradigma que se apresenta com o advento do capitalismo e dos ciclos econômicos (como cita o Sr. Osmar da Silva Laranjeiras – típico carrasco do mundo globalizado) é o crescimento à custa da depredação do meio ambiente e extinção de comunidades tradicionais, acabando por colocar em risco a manutenção e sustentabilidade da vida no planeta. É claro que os povos e as comunidades reagem. E mais uma vez na história, os detentores do poder, para manter seus interesses megalomaníacos, hoje nos domínios do capital como único meio de desenvolvimento, recorrem mais uma vez à velha profissão do carrasco, agora serviçais dos indutores da depredação - através dos conhecidos índices da economia... mais modernos, os carrascos de nosso tempo se aperfeiçoam, frequentam cursos de graduação e alguns até de mestrado. Mas continuam sem ter o menor conhecimento dos condenados a quem executam. O Sr. Osmar da Silva Laranjeiras (funcionário da Infraero) é encarregado de conduzir as desapropriações de terras para fins de ampliação do aeroporto de Viracopos, que acarretará com o soterramento de um dos últimos fragmentos de cerrado na região de Campinas e uma de suas últimas reservas ambientais, repleta de recursos hídricos e matas ciliares. Ele classifica todo este bioma de “pequenas e inexpressivas manchas verdes”, demonstrando total ignorância sobre o local. Este senhor deveria ter mantido a tradição de seus ancestrais – os carrascos da Idade Média – e continuado como até agora, em silêncio. Não compareceu em nenhuma das audiências públicas (ou como disse Chico Lêmure Telúrico: “se acovardou diante das evidências de sua fala imunda”), com seus argumentos evasivos, mentirosos e eventuais. Usa o termo “indutor do crescimento” para justificar esta obra ambientalmente inaceitável numa cidade, que segundo ele mesmo, já é uma das rendas per capita mais altas do país, não precisando, obviamente, de nenhum mega empreendimento para crescer, indutor sim, mas da depredação ambiental de seus últimos recursos naturais de forma irreversível. Em toda a cidade restaram apenas pequenas manchas verdes da sua vegetação nativa, porém, não inexpressivas porque é tudo o que temos – e uma delas é o Cerrado Viracopos (uma das maiores e mais preservadas destas pequenas manchas verdes) – que não é possível de ser mitigado. O carrasco quando executa uma pena de morte, sabe que o condenado, inocente ou não, jamais poderá retornar à vida. Pense nisto!



Sobre carrascos e torturas, escreveu o escritor uruguaio, Mario Benedetti:
“ Alguém limpa a cela da tortura, lava o sangue, mas não a amargura.”

Amargura...é o que restará às pessoas retiradas de suas casas, de suas vidas simples e tradicionais em nome do capital, indutor da depredação ambiental e humana.

Dorinha Meres
Dona de casa, moradora em Campinas-SP